Gustavo Alcântara da Trindade
Orientadores: Adriana de Alcantara Cury Saramago e Regina Maria Lopes Neves
RESUMO
Introdução: A metamorfose cálcica da polpa advém de uma metaplasia do tecido conjuntivo pulpar. Metaplasia representa a transformação ou a modificação de um tecido adulto do organismo em outro tecido igualmente adulto e da mesma linhagem embrionária. Clínica e radiograficamente a presença de metamorfose cálcica da polpa indica história pregressa de traumatismo dentário. Objetivos: Quantificar pacientes que apresentam metamorfose cálcica da polpa nos dentes permanentes anteriores, através do exame de radiografias periapicais iniciais e finais, dos arquivos da clínica de ortodontia da Universidade Federal Fluminense sugerindo ao ortodontista a condução clínica mais adequada nos casos diagnosticados. Material e Método: Foi realizado um estudo retrospectivo contendo amostra representada por 100 conjuntos de radiografias periapicais iniciais e finais dos dentes permanentes anteriores (600 radiografias), sendo seis radiografias de cada paciente tratado ortodonticamente na clínica de ortodontia da UFF. As 600 radiografias periapicais da região dos incisivos e caninos permanentes superiores e inferiores foram analisadas com lupa, em ambiente escuro, sob negatoscópio da marca Slim Edge-Light Pad A-5A, por três operadores. A sequência de visualização das radiografias foi: radiografias iniciais; radiografias finais e radiografias iniciais e finais dispostas ao mesmo tempo sob o negatoscópio, com o objetivo de diminuir a ocorrência de erro no método. Resultados: Dos 100 conjuntos radiográficos, 16% possuíam indícios que levam ao diagnóstico de metamorfose cálcica da polpa. Conclusões: Algumas especialidades odontológicas dependem de exames complementares para a elaboração do plano de tratamento, deste modo, os ortodontistas têm a oportunidade de diagnosticar precocemente a metamorfose cálcica, visto que analisam rotineiramente os sinais imaginológicos presentes nas radiografias periapicais tomadas em diferentes épocas do tratamento e acompanham os pacientes por um tempo mais longo, e em intervalos mais regulares do que os outros profissionais da odontologia. Entre três meses a um ano, se detectar o início do processo de obliteração pulpar, o tratamento endodôntico deve ser providenciado para evitar escurecimentos e obliteração do espaço pulpar, que podem ser seguidos de necrose pulpar e lesão periapical crônica, devendo-se aguardar, por no mínimo, um mês para novas movimentações.
Palavras-chave: metamorfose cálcica, ortodontia, traumatismo dentário.